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  • Radicada em Portugal, cantora brasileira Anna Setton lança seu terceiro álbum
    “O futuro é mais bonito” é o título do terceiro álbum da artista, lançado no mês passado, em Portugal. Em abril, a cantora e compositora se apresenta em outras capitais europeias. Fábia Belém, correspondente da RFI em Lisboa Residindo em Portugal desde novembro de 2021, Anna Setton tem quase 20 anos de carreira e três discos gravados. Ela conversou com a RFI sobre seu trabalho mais recente, lançado em fevereiro. “É um álbum no qual eu resolvi usar um discurso positivo, um discurso leve, um discurso amoroso para chegar às pessoas, para trazer essa energia positiva para as pessoas, esperando, acreditando nesse futuro melhor”, conta. O novo disco também trata de sua mudança a Portugal e, segundo Anna, "da vontade de falar de futuro". O objetivo era apostar em um trabalho diferente, “onde eu me arriscasse, onde eu experimentasse coisas que eu ainda não tinha experimentado, [que] trouxesse uma modernidade diferente para essa música brasileira clássica que eu gosto e me inspiro”. A meta da cantora se traduz num trabalho pop contemporâneo e que oferece um caldeirão de ritmos brasileiros. “Tem samba, tem xote, tem um 'roquinho', tem um samba-canção que virou um bolero, tem música com uma clave afro. E é uma música brasileira que se pretende contemporânea”, diz.   “O futuro é mais bonito” destaca a cantora e compositora de MPB que também transita por outros estilos, pop, indie e jazz. Essa é uma forma que a artista tem de dialogar “com esses timbres, com essas texturas, com elementos, às vezes uma coisa eletrônica, às vezes um sample, alguma coisa mais moderna”. Setton sublinha que tudo isso junto leva o álbum “pra esse universo mais pop e mais contemporâneo da música mundial e também da música brasileira.” Trabalho autoral Das dez canções do disco, oito são de autoria de Anna Setton com diferentes parceiros.“Foi um desejo desse álbum explorar esse meu lado compositora”, conta. Gravado no Recife, o disco foi produzido pelos músicos pernambucanos Guilherme Assis e Barro, que aproximou a artista paulista de compositores que já conhecia, mas que não tinha tido a oportunidade de trabalhar junto. "Então, é um álbum que tem bastante dessa rede de artistas e de compositores e músicos de Pernambuco, do Recife”, reitera. Gosto pela música Anna contou à RFI que o gosto pela música se revelou cedo, e o ambiente da casa da família contribuiu para isso. “Os meus pais sempre gostaram muito de música, a minha casa sempre foi uma casa muito musical. E meu pai toca um pouco de violão, minha mãe canta. Quando eu fiz 15 anos, eu ganhei meu primeiro violão e comecei a tocar, já comecei a gostar muito, já foi uma identificação grande, comecei a fazer aula, comecei a fazer aula de canto.” No meio do caminho veio o curso de Relações Internacionais, mas não teve jeito: a música falou mais alto. Logo que se formou, Anna decidiu se dedicar somente à música. A carreira começou na noite paulistana. Primeiro, a artista cantava em rodas de samba e choro. “Depois eu fui cantar um repertório de jazz, fui cantar em piano bar de hotel, jazz clubs”, lembra. Quando Anna Setton cantava na noite, o cantor e compositor Toquinho descobriu o talento da jovem artista. “Ele me convidou para fazer alguns shows, gravar o disco que ele estava gravando”. Como cantora convidada, Anna se apresentou com Toquinho em mais de 200 shows no Brasil, em outros países da América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Foram quase cinco anos trabalhando juntos. “Foi uma parceria longa, onde eu aprendi muito também, foi uma segunda faculdade de música”, recorda. No mês que vem, a artista volta aos palcos europeus com o novo álbum. Os quatro primeiros shows já marcados vão acontecer em Lisboa, Paris, Bruxelas e Madri. “Vai ser muito bom poder ser essa brasileira que leva música brasileira pela Europa, por aí, sabe? Então, tô ansiosa, acho que vai ser bom”, prevê a artista.
    3/19/2023
    5:00
  • Artista brasileira expõe em Lisboa obras com releitura da estética portuguesa
    “Submersos” é o novo trabalho em pintura e desenhos da artista carioca Maria Lynch, que está de volta à Lisboa com uma exposição que tem como inspiração a própria capital portuguesa. Por Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Lisboa “Quando comecei a vir para Lisboa, há oito anos, eu fiquei muito impressionada porque todo lugar que eu olhava eu via porta, janela, piso, mesas, cadeiras antigas do lado de fora das casas indo para o lixo. Era uma cidade sendo desfeita e transformada. O mais fascinante para mim foi esta poética de inversão do interno estar no externo. A partir daí eu comecei uma pesquisa que se desdobrou nesta exposição. Comecei a coletar este material na rua e levar para meu ateliê. Depois comecei a remontar e a reconstruir uma grande escultura e desenhar e pintar estas partes. A casa e a arquitetura sempre estiveram presentes conceitualmente no meu trabalho, mas, pela primeira vez, formas mais geométricas e tridimensionais apareceram nestas pinturas”, explica a artista. “Submersos”: demolir e ressignificar Maria Lynch traz nesta exposição pinturas em médio e grande formato em telas negras que criam um diálogo com o público e, de acordo com a artista, é um espelho de como nos relacionamentos com nossas memórias e fantasias por meio de formas e estruturas. “Esse apagamento em que eu utilizo o preto foi uma solução formal para recriar o desenho a partir das pinturas, mas também esse apagamento fala sobre demolir e ressignificar. O que escolho seleciona uma metáfora do processo inconsciente e como lidamos com as nossas próprias memórias, histórias e fantasias. O que de real é em nossas memórias, essas fissuras e entranhas que estão dentro e estão fora falam disso”, explica a artista. O português João Silvério, que já trabalhou com a artista brasileira, é o curador da exposição e explica que "Submersos" é também uma reflexão do próprio trabalho da artista. “As pinturas da Maria Lynch são contentores de regulação e de ocultação. Essas obram também revelam e simultaneamente ocultam formas inventadas que se relacionam com imagens e fragmentos de cidades, ou objetos estruturais trabalhados com uma paleta cromática muito singular. O que o público pode ver são imagens principalmente que tem como matriz o desenho onde aparecem fragmentos que, em parte, são ligados a objetos que podemos identificar como arquiteturas que não vamos descobrir nunca quais são e assim o público pode entrar no seu universo onírico, mas no seu universo ficcional e ter uma experiência de paisagens que não imaginavam”, explica o curador. “A casa ou o contentor, imaginário, de desejos e de emoções, é também presente nos desenhos, alguns destes executados a partir das pinturas, como uma reflexão sobre seu próprio trabalho”, diz João Silvério. Um longo trabalho de construção “Foi um trabalho de 'working in progress' que eu nunca tinha experimentado antes. Como minha mãe mora aqui em Lisboa, eu acabava vindo duas vezes por ano e toda vez que eu vinha ficava trabalhando no ateliê dela, então ao longo de cerca de seis anos eu fui construindo estas pinturas”, comenta Lynch. Esta nova série de trabalhos estará exposta na galeria Eritage Arts Projects, do também carioca João Cavalcanti. "O que mais me impressiona no trabalho da Maria é a capacidade de criar experiências que são capazes de reduzir, diluir as fronteiras entre o artista e o público, entre a obra e o espectador. Existe um ritmo no trabalho da Maria que parece querer reprogramar nosso estado psíquico e expandir nossa perspectiva de observação, de reflexão sobre nós mesmos. É um trabalho que sai deste universo particular da Maria e se conecta com uma consciência coletiva, e eu acho isso muito poderoso”, afirma Cavalcanti. Para o galerista, essa exposição de Maria Lynch na Eritage, galeria-estúdio dedicada à pluralidade artística e à liberdade criativa, é uma forma de honrar as origens brasileiras. “Ser brasileiro e poder receber e apresentar artistas do Brasil com certeza tem um sabor muito especial. É um compromisso pra mim, é honrar as minhas origens e poder apresentar esses artistas para a comunidade europeia e para o mundo. A Maria não só representa o Brasil com a América Latina que também é muito especial. O propósito da Eritage é criar este diálogo transcultural e valorizar a diversidade de indivíduos e origens. Ser uma ponte entre Brasil, Portugal e África, mas não só países ligados a lusofonia, é uma amplitude das narrativas de trazer esta conexão  por meio dessa matriz universal que nos une, trazer o olhar do outro, expandir nosso próprio olhar por meio do olhar para o outro que é assim que nós podemos refletir e romper com alguns padrões que nós não precisamos mais carregá-los, e sim ressignificá-los”, explica. A exposição individual “Submersos”, de Maria Lynch, pode ser vista até 30 de abril.
    3/19/2023
    5:00
  • Conheça Carol, a baiana que tem conquistado portugueses e estrangeiros em terras lusitanas
    Na terra do bolinho de bacalhau, o acarajé da Carol é rei. A iguaria faz sucesso em eventos, como os da Embaixada Brasileira, em Lisboa, e no restaurante que a soteropolitana abriu há seis anos na capital portuguesa. Fábia Belém, correspondente da RFI em Portugal. Carolina Alves de Brito, que costuma ser chamada de Carol, não imaginava que um dia deixaria a cidade de Salvador, onde nasceu e cresceu. “Como eu sou muito baiana, muito soteropolitana, eu sou muito agarrada às minhas tradições, eu não me via vivendo em outro estado, muito menos em outro país, mas aconteceu.” Em 2002, quando trabalhava como ajudante de Cira, famosa baiana de acarajé, Carol foi convidada por um casal de clientes portugueses para ir viver na cidade do Porto, onde trabalharia no restaurante do casal. A jovem ficou tão empolgada, que não pensou duas vezes: “Falei assim: ‘Ai, eu vou, vou pra Portugal.’ E a minha mãe dizia ‘Oxe, não vai, não. Você já viu a idade que você tem?  Você só tem 18, vai fazer 19 anos. Vai fazer o que em Portugal sozinha?’ Eu disse ‘Ah, mãe, se não der certo, depois eu volto.’” Carol nunca mais voltou a morar na Bahia. No restaurante, na cidade do Porto, ela ficou encarregada de preparar moquecas, bobó e acarajé. “E era engraçado que as pessoas diziam assim: ‘A gente vai pagar o rodízio, mas vai comer só acarajé.’ E o meu patrão falava assim ‘Menina, o que é que você bota nesse acarajé que o povo tá vindo só atrás desse acarajé?”, lembra Carol com um sorriso largo.  O acarajé da Carol Feito à base de feijão fradinho, cebola e alho, o acarajé é frito em azeite de dendê. Depois ganha os acompanhamentos: vatapá, camarões secos defumados e vinagrete, “que é a saladinha que o pessoal adora”, revela a baiana. “Eu tou tão segura de que eu sei fazer um bom acarajé, que eu quero ver mesmo as pessoas comendo, eu quero olhar pra cara da pessoa, e a pessoa lambe os dedos, fecha os olhos, e a pessoa come com a mão toda. Digo: ‘Gente, que maravilha!’”, conta Carol com entusiasmo. Sucesso na Embaixada do Brasil de Lisboa No Porto, o acarajé da Carol fez tanto sucesso, que um dia a baiana foi convidada para fazer o quitute, em Lisboa, num encontro organizado pela Embaixada do Brasil. Foi a primeira vez num evento na capital portuguesa. “Pra mim foi muito bom, porque na verdade dividiu muita coisa e mudou muita coisa na minha vida”. Depois do sucesso que fez, Carol percebeu um futuro de oportunidades. Trocou o Porto por Lisboa, e nos dez primeiros anos na capital portuguesa, ela se dividiu entre o trabalho como recepcionista numa churrascaria e os eventos, como os da Embaixada, onde fazia pratos típicos da culinária baiana.  “Foi uma novidade porque não era só vender o acarajé, [também] era o traje típico de baiana, é toda uma história que eu conto, que adoro conversar, eu adoro falar, e eles valorizaram muito e me fizeram sentir muito orgulhosa de todas as lembranças que eu tenho, de tudo o que eu trago comigo”, salienta.   A passagem pela Casa do Brasil de Lisboa Uma vez por semana, sempre nos dias de folga do restaurante, Carol levava o tabuleiro de acarajé para a Casa do Brasil de Lisboa, no Bairro Alto. O espaço que ocupava “começou a ser o point onde toda a gente se encontrava, se completava e recebia aquela energia boa, o axé. A gente colocava uma música ao vivo.... Então, virou um ponto de encontro e foi crescendo”, recorda. Quando a Casa do Brasil precisou do espaço, conta Carol, ela não pensou duas vezes e abriu o próprio restaurante no Bairro Alto. Isso foi há quase seis anos. Cerca de 80 por cento dos clientes são portugueses e brasileiros residentes. O restante é formado por turistas de diferentes países. “O pessoal gosta, e me chama na cozinha e eu venho, converso, dou uma risadinha, tiro uma fotografia”. O cardápio é recheado de culinária baiana, “de culinária de terreiro”, explica Carol, ao comentar a importância de preservar as tradições da culinária presente nos terreiros das religiões de matrizes africanas. “A gente tem que respeitar a ancestralidade. Eu tenho que respeitar tudo o que aprendi lá atrás”, ressalta. Cozinha afetiva Carol reconhece que a comida que serve mexe com a memória, desperta emoção e afeto juntos. Muitos dos clientes que chegam querem “matar a saudade”. “É como se [a comida] tivesse um botão que liga a pessoa e conecta depois [às memórias]. E me emociona muito quando eu estou lá na cozinha e consigo enxergar de lá uma pessoa aqui emocionada, falando coisas boas, que lembrou da infância, que lembrou da mãe, da avó. E eu vivo exatamente disso, e digo ‘Gente, eu vivo de energia, eu preciso desse retorno, desse carinho’, porque não é fácil fazer acarajé, né, eu falo assim [fazer acarajé] no outro lado do Atlântico”. Salvador numa rua de Lisboa Seguindo as tradições, todos os anos Carol prepara o caruru, um tradicional prato da “culinária de terreiro” feito com bastante quiabo, e que é servido no dia 27 de setembro, data em que se celebra o dia dos santos Cosme e Damião. “É uma data importante, porque a gente tem os erês como umas das figuras principais dentro do nosso candomblé, que são Cosme e Damião”, explica. Carol chega a cruzar o Atlântico para comprar, em Salvador, parte dos ingredientes. “Eu trago banana da terra, cana, abóbora, eu trago as coisas que eu posso trazer de lá pra complementar o caruru. O quiabo, a gente encontra aqui.” Ano passado, Carol serviu caruru para cerca de mil pessoas que fizeram fila na rua do restaurante. “A gente não cobra o caruru de Cosme e Damião, porque é uma oferta nossa, só que a gente pede para a pessoa trazer um quilo de alimento não perecível ou algum donativo”, esclarece. A baiana entregou tudo o que foi doado a uma organização internacional que apoia crianças. “A gente consegue manter a tradição”, diz. Em maio, a mudança de Carol para Portugal vai completar 21 anos, mas a terra natal está cada vez mais presente na baiana nascida e criada no bairro de Itapuã. “Eu trabalho em Salvador e depois eu moro em Lisboa, porque eu estou aqui dentro e eu estou completamente conectada com tudo lá.”
    3/12/2023
    5:00
  • Com inspiração nos povos indígenas, brasileira na Suíça vende produtos para quem tem intolerância alimentar
    Ela sempre se interessou por cozinhar para os que têm intolerâncias alimentares e alergias, porque ela mesma era uma dessas pessoas. Há dois anos, o sonho saiu do papel e ela abriu uma confeitaria em Genebra, na Suíça, especializada em produtos sem glúten, sem lactose e sem açúcar refinado.  Valéria Maniero, correspondente da RFI na Suíça  A jornalista e empreendedora Eliane Carvalho é a brasileira por trás desse negócio dedicado àqueles que têm intolerâncias a alguns alimentos e se inspirou nos povos originários do Brasil.  “Como a gente sabe, Tupi vem de uma aldeia indígena, e eu acho que nada mais natural do que voltar às origens, que vêm da planta, da natureza, sem aditivo químico, sem nada tóxico. Então, eu acho que Tupi Healthy Bakery, que é a pâtisserie saudável, tinha tudo a ver com o meu projeto”, explica.  Eliane conseguiu transformar o que seria uma desvantagem, digamos assim, o fato de ter uma intolerância alimentar, em algo positivo, que foi a criação de uma empresa destinada a atender pessoas como ela. A empreendedora criou uma solução para o que muitos considerariam um problema, uma limitação.  “Isso veio, inclusive, de uma frustração desde a minha infância. A criança, no Brasil, vai a uma festa pensando no brigadeiro, né? E eu não podia comer porque eu sou intolerante à lactose desde o berço. E o que acontecia? Eu comia o brigadeiro escondido e depois passava muito mal. Então, eu queria criar uma inclusão. Há espaço para todo mundo”, afirma.   Como tudo começou   Ela diz que a ideia de abrir uma confeitaria especializada em Genebra teve como ponto de partida muita pesquisa no Brasil e nos Estados Unidos, antes de ela se decidir, finalmente, pela Suíça.  “Começou basicamente de uma constatação de que o produto saudável ainda era visto como alternativo e hippie. Eu percebi logo que com essas mudanças no mundo o tempo todo, ele deixou de ser hippie e se tornou a norma. Uma preocupação cada vez maior com a saúde. No Brasil, eu não vi um caminho por uma questão de impostos, de muita inconstância no momento. Nos EUA, eu vi que a concorrência seria muito grande e ávida. E como eu tenho um vínculo com a Suíça desde a adolescência, achei que era o lugar que me daria essa segurança necessária para um novo projeto.” Eliane conta que, entre os produtos com mais saída, estão o polvilho com sabor (de páprica, manjericão, gruyères), que, em breve, ganhará novas versões:  “Vamos lançar novos sabores, o tomate-pizza, o de chocolate. As verrines saem muito bem. Temos também os minibrownies e as miniverrines para festas”, explica.  Ainda há tortas, como a de paçoca, cheesecakes e os famosos bolos de pote brasileiro, que aqui na Suíça se chama verrine (de cheesecake, de banoffee, de tiramisu).  “Todos têm uma saída muito boa. Mas o que mais está crescendo nesse momento é o polvilho”, conta.  Segundo ela, há também produtos brasileiros adaptados ao gosto local. “A gente vende o pão de queijo, que é de temporadas, mas pode ser encomendado sempre. Usamos o gruyères, que é um queijo sem lactose, muitos não sabem disso. Tem também a torta de paçoca, um grande sucesso”.   Como foi o teste de receitas até o produto ideal  Eliane diz que a fase de criação e testes das receitas deu muito trabalho. À RFI, ela contou como foi esse período e quais os ingredientes que mais usa para fazer os produtos.   “A gente sabe que cada um tem um paladar, e a primeira mudança que a gente teve que fazer foi diminuir o açúcar, porque o paladar suíço não gosta de tão doce quanto o brasileiro. Provam-se dez tipos de farinhas diferenciadas até achar o produto ideal. Tanto que nós acabamos criando o mix Tupi, que é uma mistura de três farinhas. E a gente pretende, um dia, tentar botar esse mix no mercado”.  Segundo ela, a aceitação dos produtos pela clientela local tem sido “excelente”.  “Gostam muito da proposta do luxo saudável. Luxo no sentido de uma embalagem bonita, com muito capricho, muito cuidado. A receptividade, desde o começo, foi muito boa”.  Jornalista de formação e filha de dona de jornal   Formada em jornalismo, com mestrado em Ciências Políticas por Harvard, a brasileira vem de uma família ligada à imprensa.  “Eu sou filha – e acho que ele é saudoso pra muita gente – do Ary Carvalho, do Ary de Carvalho, como ele gostava, do jornal O Dia, pioneiro de venda em banca, o primeiro full color no Brasil. Eu acho que se eu não fosse filha dele, não estaria aqui hoje, porque eu tenho na veia esse empreendedorismo, essa vontade de vencer, de fazer a diferença. E, se Deus quiser, onde ele estiver, ele vai ter muito orgulho do sucesso da Tupi”, disse.
    3/11/2023
    4:54
  • Cineasta brasileira faz filmes sobre a cultura americana que Hollywood ignora
    A cineasta paulista Ivete Lucas vive nos Estados Unidos há 15 anos, onde faz filmes sobre aspectos da cultura americana que não são mostrados em Hollywood. Defensora de um cinema humanista, ela tem uma carreira premiada na Europa e nos EUA. Em uma recente visita à França, para participar de um festival, a realizadora conversou com a RFI. "Faço filmes para participar de um diálogo sobre os movimentos políticos que são humanizadores", declarou. Adriana Moysés, da RFI Filha de mãe brasileira e pai mexicano, Ivete Lucas passou a infância no Brasil, a adolescência no México e se mudou para os Estados Unidos aos 24 anos para estudar cinema na Universidade do Texas, em Austin. Com essa rica bagagem multicultural, ela acabou ficando nos EUA, onde desenvolve um cinema independente admirado em outras regiões do mundo.  Autora de ficção e documentário em curta e longa-metragem, Ivete faz seus filmes em inglês. Ela conta que gosta de mostrar "coisas lindas que o povo dos Estados Unidos não acha lindo", mas que para ela representam mostras de cultura admiráveis. "Esse interesse sobre a cultura dos Estados Unidos faz com que meus filmes tenham projeção no mundo inteiro", ela afirma. "Sempre faço filmes com um espírito humano que qualquer pessoa, em qualquer país, em qualquer cultura, pode se identificar. Por exemplo, a vontade que todos temos de fazer coisas, de chegar a um lugar melhor do que as condições em que vivemos. Essa é uma coisa universal, sabe?", explica a realizadora. Enquanto muitos cineastas que atuam no mercado do filme independente norte-americano fazem produções para o mercado interno, Ivete Lucas faz filmes "para o mundo inteiro" apreciar.  Ter morado em três países, falar diversas línguas e ter tido a vida impregnada pelas culturas brasileira, mexicana e norte-americana expandiram os sentidos da cineasta. "Eu digo que escuto o que está acontecendo ao meu redor e admiro. Faço parte dos lugares onde eu vou e depois traduzo essas coisas em linguagem cinematográfica", destaca. Essa sensibilidade foi adquirida ao longo da trajetória de imigração. Quando alguém com uma história de vida semelhante fala que é difícil não ser de lugar nenhum, Ivete Lucas discorda. "Se a gente vê isso de maneira redutiva, às vezes fica triste. Mas se pensarmos que somos de todos os lugares, que estamos amalgamando, juntando todas essas culturas em uma pessoa, na verdade nós temos muito o que dar ao mundo", afirma com convicção. Imagens que comunicam A escolha de se expressar por meio da linguagem cinematográfica acabou sendo uma decorrência natural de tantas mudanças. "Quando eu descobri as imagens, descobri uma maneira de me comunicar instantaneamente entre todas as minhas culturas, porque eu sou brasileira, mexicana e americana agora. Foi a maneira mais natural de pôr numa conversa as coisas que eu não estava vendo", recorda. Mas o que a cineasta não via e tinha vontade de mostrar? "Quando eu via o cinema de Hollywood, eu falava – mas essas pessoas não parecem a minha mãe, não parecem a minha avó. Essas pessoas têm muita cirurgia plástica, têm uns corpos que a gente nunca vai ter, e eu preciso criar imagens que mostrem pessoas como a minha mãe, como a minha avó brasileira que trabalhava no campo, que trabalhava numa fazenda de café, que só estudou até a segunda série, mas que era uma pessoa maravilhosa, com muita cultura", ressalta Ivete. "Meus filmes falam de pessoas que vivem em outras faixas econômicas e culturais, mas que estão criando cultura", resume.  Entre as produções selecionadas para festivais internacionais estão um grupo de curtas sobre a juventude americana realizados em Pahokee, cidade nos pantanais da Flórida. Neste cenário, Ivete Lucas e seu companheiro, Patrick Bresnan, filmaram The Send-Off, The Rabbit Hunt, documentário sobre a caça de coelhos, e Skip Day, vencedor em 2018 da Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes, entre outros. No site da diretora, a maioria dos curtas-metragens pode ser visualizada gratuitamente. Imersão em comunidade nudista Ivete Lucas faz atualmente uma turnê internacional para exibir o documentário Naked Gardens, filme sobre uma comunidade de nudistas que vivem em família no sul da Flórida. Para documentar esse modo de vida original, ela fez uma imersão entre as famílias. Participar de festivais na Europa é sempre enriquecedor para a cineasta pela diversidade de culturas representadas nas telas. Na avaliação de Ivete Lucas, a linguagem cinematográfica de Hollywood não é ruim, é boa. "Mas é uma linguagem quase que publicitária, que busca vender o que é bonito e legal nos Estados Unidos", diz sem muito entusiasmo. Ela prefere fazer filmes que possam "participar de um diálogo sobre nossa humanidade". A motivação da brasileira é contrariar as forças que tentam separar as pessoas umas das outras. "Eu não quero vender nada, quero mostrar coisas verdadeiras. Acho que é uma coisa espiritualmente mais elevada do que a linguagem publicitária. Então, me interessa mais a conversa cinematográfica que existe aqui na Europa, porque é tanto sobre isso como sobre evoluir. Como utilizamos o cinema para nos expressar de uma maneira mais profunda", conclui a diretora.
    3/5/2023
    9:25

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